O governo brasileiro deu início a uma operação de resgate de cidadãos no Líbano, após o agravamento do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. A decisão foi tomada após conversas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Mauro Vieira, que estão no México para acompanhar a posse da nova presidente Claudia Sheinbaum. O primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) está previsto para o fim de semana, com aeronaves e plano de voo já preparados.
A embaixada do Brasil em Beirute está recolhendo informações sobre os brasileiros que desejam deixar o país. O Líbano abriga uma comunidade brasileira de cerca de 21 mil pessoas, e o Itamaraty já havia discutido a necessidade de uma operação de repatriação desde a semana passada. Um dos principais desafios era definir a rota para o resgate.
No sábado (28), o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o chanceler libanês Abdallah Rashid Bou Habib em Nova York, onde discutiram o conflito e a possibilidade de repatriação. A situação na capital Beirute, que tem sido alvo de bombardeios israelenses, também foi considerada na decisão.
Durante o Fórum Empresarial México-Brasil, Lula condenou as ações militares de Israel na região, classificando as ofensivas contra o Hezbollah e o Hamas como uma "matança desnecessária" e reafirmou o desejo do Brasil de se manter como uma "zona de paz". O conflito no Oriente Médio, que começou em outubro de 2023 após ataques do Hamas em Israel, se espalhou para o Líbano e corre o risco de atingir o Irã. Até o momento, dois brasileiros já perderam a vida nos ataques no Líbano.